Sinopse

Em um esforço para melhorar a higiene feminina, uma máquina que cria absorventes biodegradáveis ​​de baixo custo é instalada em uma vila rural no norte da Índia. Usando a máquina, um grupo de mulheres locais é empregado para produzir e vender absorventes, oferecendo-lhes uma nova independência e ajudando a vencer os tabus sobre menstruação.

Indicação da associada Katia Kruger, promotora de Justiça:

Muitas pessoas ficaram admiradas quando um curta-metragem sobre menstruação, com apenas 26 minutos, ganhou um Oscar em 2019. 

A menstruação é ainda um grande tabu em muitas sociedades, e vista como uma espécie de “maldição” para as meninas. 

Não raro algumas meninas abandonam a escola quando começam a menstruar, pois todos os meses faltam em média 5 dias pela falta de acesso a absorventes higiênicos. 

Inclusive esta realidade também ocorre no Brasil. 

A história do documentário “Absorvendo o Tabu” se originou a partir da experiência de um grupo de alunos do ensino médio da Califórnia que se sensibilizou ao saber que meninas na Índia, evadiam da escola por causa da menstruação. 

Ante esse quadro, os alunos formaram uma ONG intitulada “The Pad Project” e decidiram transformar a vida de mulheres indianas. 

A experiência consistia em fornecer máquinas de produção de absorventes a baixo custo. As próprias indianas se organizaram em uma espécie de cooperativa, e isso fez com que passassem também a auferir renda com a produção e venda dos absorventes, o que também as emancipou socialmente. 

A “pobreza menstrual” (entendida aqui como a falta de recurso financeiro para comprar absorvente) assola milhares de mulheres em todo o mundo. 

É comum utilizaram panos velhos, jornais, cinza e até miolo de pão para conter o fluxo menstrual, o que pode causar várias doenças. 

Estima-se que uma mulher tem em média 350 ciclos menstruais em toda a sua vida. 

Multiplique isso por 20 reais (em média o valor mensal gasto com absorventes). Imagine uma família de baixa renda, com várias mulheres menstruando, e sem acesso aos produtos de higiene necessários. 

Há também os casos de mulheres que vivem em situação de rua e em presídios femininos (que recebem poucos absorventes). 

Além disso, há quase uma total ausência de políticas públicas destinadas a resolver este problema de saúde pública. 

Não bastasse isso, os absorventes são categorizados como produtos cosméticos (e não de higiene), e a alíquota de imposto que incide sobre eles é de aproximadamente 25%. 

Algo precisa ser feito. 

Referência: Adoro Cinema e Filmelier.