A associada destaque do mês de novembro é a Promotora de Justiça e associada da APMP, Aline Bilek Bahr. Com mais 27 anos de Ministério Público, ela atua na área de Habitação e Urbanismo de Curitiba.
A entrevista foi conduzida pela Diretora de Mulheres Associadas da APMP, Mariana Dias Mariano.
Início da carreira
Na época do vestibular, Direito não era a primeira opção. Depois de uma tentativa em Medicina, Aline decidiu dar uma chance ao curso por conta do anseio da sua família. A Promotora de Justiça conta que começou a ‘pegar gosto’ pelo Direito na faculdade.
Na época, a carreira no Ministério Público não era tão destacada pelos professores como uma opção de atuação, mas o anseio de ajudar as pessoas fez com que Aline buscasse o concurso público. Ela ingressou na Escola Superior do Ministério Público e começou a estudar a profissão e seus olhos brilharam ao encontrar a tão sonhada carreira.
“Eu conheci o Ministério Público e meus olhos brilharam. Comecei a identificar que era isso que eu queria, é essa carreira que eu queria seguir. Começou a despertar em mim e começou a crescer essa vocação para ser Promotora de Justiça”, disse.
Em 1997, tomou posse no Ministério Público como Promotora Substituta e iniciou sua carreira em Telêmaco Borba, no interior do Paraná.
Mudança para o interior
Apesar de ser próxima de Curitiba, Telêmaco Borba foi um grande desafio profissional. “Foi um momento positivo, de vários desafios”, conta. A Promotora de Justiça aponta que chegou a enfrentar pessoas que quiseram prejudicar seu trabalho, muitas vezes pelo cargo desempenhar ações que muitos não gostam. Ela conta que, em determinado momento, chegou a ter escuta ambiental clandestina em sua residência, descobrindo anos depois.
Solteira e longe da rede de apoio, Aline conta que conseguiu encontrar uma vantagem em algo que, para muitos, poderia ser negativo: a solidão. “Eu utilizei algo que poderia ser negativo para alguém em positivo. Eu aproveitava meu tempo livre para fazer esportes, ler e participar de eventos”, relembra.
Momento marcante em Wenceslau Braz
Com experiência nas comarcas de Telêmaco Borba e Dois Vizinhos, Aline chegou a Wenceslau Braz determinada a conhecer a cidade e os problemas para a melhorar a qualidade de vida de população. “A primeira coisa que eles me falaram é que tinha muita criança e adolescente na rua à noite”, conta.
Em parceria com o Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar, foi estabelecido um projeto para atender as crianças que permaneciam na rua após às 23h desacompanhadas. Depois, quando necessário, passava-se a realizar o acompanhamento da criança e da família, para a superação de eventuais situações de risco.
“Em poucas ações que fizemos, a cidade virou outra. E isso foi algo muito positivo, porque eu consegui ter a visão da família e das escolas. Houve muita visibilidade minha e comecei a ganhar credibilidade”, relembra.
Mudança na área de atuação
Em sua carreira, Aline atuou 19 anos na área Criminal e sempre teve o Direito Administrativo como algo significativo. Porém, ao cursar uma pós-graduação em Curitiba, uma nova área de atuação despertou o seu interesse.
Em 2001, surge o Estatuto da Cidade. “Foi algo que me apaixonei. Eu pensei: essa legislação é maravilhosa”, disse. O tema, inclusive, foi utilizado no trabalho de conclusão de curso da pós-graduação.
Quinze anos depois, em 2016, Aline recebeu a oportunidade de representar a área de Habitação e Urbanismo, com passagens pelo Centro de Apoio. Nos mais de oito anos de atuação, Aline acumula histórias de sucesso na busca por uma qualidade de vida melhor para a população.
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