- Titulo original: Anatomie d'une chute
- Ano de lançamento: 2023
- Genero: Drama
- Duração: 2h31
- Nacionalidade: França
- Censura: 16 anos
Indicação por Valéria Teixeira de Meiroz Grilo - procuradora de justiça aposentada e associada. Membra do Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público. Ex-conselheira do Memorial/CPM do MPPR.
O filme foi indicado e venceu Oscar 2024 de melhor roteiro original. As estatuetas foram para Justine Triet e Arthur Harari, casados entre si. Triet era a única mulher que concorria também na categoria de melhor direção. Seu trabalho pode ser visto em produções como Sibyl, Na Cama com Victoria, A Batalha de Solferino, e outras. De realce ser ela membra do grupo francês de igualdade de gênero Collectif 50/50.
O filme conta a história de Sandra Voyter (Sandra Hüller), uma escritora alemã que vive com o marido francês, Samuel Maleski (Samuel Theis), e o filho Daniel (Milo Machado Graner), de apenas 11 anos e com deficiência visual. A família vive isolada nos Alpes Franceses e a vida de Sandra e de Daniel têm uma grande reviravolta quando Samuel é encontrado morto. As suspeitas de um provável homicídio recaem sobre Sandra, que se vê no tribunal, tendo que trazer à tona os aspectos mais íntimos do casal. Daniel é obrigado, como testemunha, a falar sobre a relação dos pais, ao mesmo tempo em que são descortinadas suas emoções e seus sentimentos em relação à mãe e ao pai.
A fotografia, naquele cenário de neve, é belíssima. E a paisagem de isolamento e gélida ainda acrescenta um clima que intriga quem está assistindo ao filme. Interessantíssimos os diálogos entre mãe e filho; de Sandra com o advogado; e, principalmente, entre o casal Sandra e Samuel, com revelação das frustrações de ambos num casamento em que, aparentemente, há inversão da divisão sexual do trabalho. Na sequência em que o casal discute e coloca para fora ressentimentos e traumas, também são evidenciados os efeitos da xenofobia.