A principal preocupação durante a pandemia do Covid-19 é a proteção daqueles que fazem parte do grupo de risco, pessoas que podem desenvolver sintomas mais agudos da doença, caso contaminados.
A população idosa faz parte desse grupo e os estudos que existem até então mostram que enquanto a taxa de mortalidade do vírus está em torno de 3% na população em geral, ela é cinco vezes a média global para as pessoas acima de 80 anos. Isso porque muitos idosos têm outras condições de saúde que, quando somadas aos sintomas do Covid-19, levam a complicações letais. Por exemplo, nos Estados Unidos 80% das mortes são de pessoas acima dos 65 anos.
Foram emitidas orientações pelos órgãos de saúde para a proteção dos grupos de risco, porém, para uma população que já sofre com uma série de violações de direitos, esse momento de cuidado também intensifica o sofrimento.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, divulgou, no dia primeiro de maio, um relatório com análises e recomendações para proteger os idosos, acompanhado com uma mensagem em vídeo onde diz que além do impacto na saúde, este grupo está em maior risco de sofrer com a pobreza, discriminação e sofrimento.
Esta fala está de acordo com o que diz a antropóloga e escritora Mirian Goldenberg, que aponta uma intensificação do discurso “velhofóbico” no Brasil: "Esse tipo de discurso já existia antes da pandemia: os velhos são considerados inúteis, desnecessários e invisíveis. Mas agora está mais evidente. Políticos, empresários e até o presidente da República já vieram a público dar declarações 'velhofóbicas'", disse em entrevista à BBC News Brasil.
Entidades estão buscando mudar este quadro: o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) deliberou sobre a distribuição emergencial de recursos do Fundo Nacional da Pessoa Idosa para apoio das Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs) e o próprio Ministério Público está monitorando as ações de institutos e governos. No Paraná, o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência estão também atentos à essa população.
Trazemos a atuação de algumas das associadas da APMP que estão nessa linha de frente em defesa do idoso nesse momento de tanta necessidade. Confira as matérias:
- Promotora Ângela Domingos Calixto - 1ª Promotoria de Justiça do Idoso de Curitiba
- Promotora Cynthia Maria de Almeida Pierri – 2ª Promotoria de Justiça do Idoso de Curitiba
- Promotora Mariana Dias Mariano - Comarca de Almirante Tamandaré
- Promotora Melissa Cachoni Rodrigues - Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência
- Promotora Michele Nader - 14ª Promotoria de Maringá