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Associada coordena Grupo de Pesquisas sobre Direito das Mulheres e Perspectiva de Gênero do MPPR

Grupo foi criando em maio de 2021 pela Escola Superior do Ministério Público
16 de julho de 2021

No mês de maio de 2021, foi criado, no âmbito do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), o Grupo de Pesquisas sobre Direito das Mulheres e Perspectiva de Gênero. A iniciativa tem como propósito promover discussões e difundir o conhecimento jurídico-científico que possam servir como subsídios à atuação ministerial com perspectiva de gênero, de forma transversal e em todas as áreas de intervenção, seja no exercício das atribuições como na própria instituição, dando concretude ao artigo 5º, inciso I da Constituição Federal.

O Grupo é coordenado pela associada Mônica Louise de Azevedo, Procuradora de Justiça, que explicou sobre a criação do Grupo: “Esse grupo de pesquisa, sediado pela Escola Superior do MPPR, é fruto de um movimento que já vem se consolidando desde 2017, quando o MPPR, por iniciativa do Núcleo de Promoção de Igualdade de Gênero do CAOPDH, teve a iniciativa de estabelecer parceria com as instituições do sistema de Justiça para discutir a temática, instituindo o Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Igualdade de Gênero no Sistema de Justiça no Estado do Paraná, iniciativa que congrega o MPPR, o MPT, MPF, o Poder Judiciário Estadual, Federal e do Trabalho e ainda a OAB/PR e Defensorias Públicas. Como fruto dessa parceria estabeleceu-se uma nova parceria de estudos e pesquisa com o Centro de Estudos Constitucionais da UFPR - Projeto Igualdade de Gênero, que a partir de análise crítica de manifestações técnico jurídicas, propõe seja desenvolvido um protocolo de atuação com perspectiva de gênero, assunto que também vem sendo debatido no âmbito do CNJ e CNMP, após pesquisas realizadas nas respectivas instituições."

Mônica destacou que diante dessas constatações, e levando em consideração, também o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n. 5 da Agenda 20/30 da ONU, ela e a associada, Ana Carolina Pinto Franceschi, Promotora de Justiça que coordena o Núcleo de Promoção da Igualdade de Gênero no MPPR, iniciaram tratativas com a Procuradoria-Geral de Justiça no final do ano de 2020, quando sugeriram a instituição de um grupo de pesquisa destinado especificamente a “uma abordagem sobre o princípio da igualdade em seus aspectos material e estrutural, assim como identificar o uso estereótipos de gênero nas instituições do sistema de justiça, sobretudo no âmbito de atuação do Ministério Público”.

Para a Procuradora de Justiça, nessa segunda década do século XXI é possível observar uma série de iniciativas que tem como propósito a reflexão sobre os papéis sociais, os preconceitos e a situação de vulnerabilidade das mulheres, decorrentes do contexto de discriminação social, histórico e cultural na sociedade brasileira, de origem patriarcal e patrimonialista, com a proposta de mudanças que possam acompanhar as alterações sociais e promover a igualdade entre homens e mulheres, como estabelece não apenas a Constituição Federal mas também os tratados e documentos internacionais que o Brasil é signatário e que devem ser observados.

Segundo a Coordenadora, são bem vindos ao Grupo de Pesquisa os integrantes da instituição, sejam membros ou servidores ou estagiários, ativos e aposentados, homens e mulheres, para a troca de experiências, vivências, estudos e reflexões para as necessárias mudanças estruturais que promovam a igualdade de gênero tanto no âmbito interno da instituição quanto nas intervenções em que o MPPR deve intervir por dever de ofício e missão constitucional. Os estudos são desenvolvidos a partir da abordagem de temas gerais, como: “Os direitos da mulher e os desdobramentos do princípio da igualdade: uma introdução”; “Direitos da mulher e interseccionalidades: existem diversos feminismos?”; “A Agenda 20/30 da ONU e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 05: identificação de situações de intervenção no sistema de Justiça brasileiro”; e “Perspectiva de gênero e o Protocolo do México: uma proposta para o Ministério Público”.

Ainda, Mônica comentou sobre a importância do Ministério Público ter esse Grupo de Pesquisa, possibilitando, inclusive, dar concretude ao princípio da igualdade na Instituição Paranaense. “A proposta é sensibilizar e capacitar os participantes do grupo para que possam identificar os padrões que favorecem a desigualdade entre homens e mulheres, por meio de distinções baseadas no gênero e suas interseccionalidades. Além disso, pretende-se delinear formas de intervenção que estejam alinhadas com os princípios constitucionais e com o direito internacional dos direitos humanos, a fim de evitar a repetição de práticas ou mesmo a chancela de discriminações explícitas ou implícitas, dando concretude ao princípio da igualdade na atuação do MPPR”, afirmou.

Continuou, para concluir, falando novamente sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n. 5 da Agenda 20/30 da ONU. “Além disso, o empoderamento de mulheres e meninas faz parte da Agenda ONU 20/30 - ODS 5, um dos objetivos do desenvolvimento sustentável do milênio que preconiza que os países signatários e suas instituições promovam os direitos de mulheres e meninas, promova a participação e elimine toda forma de violência como uma das estratégias globais para um mundo mais igualitário, inclusivo e gradativamente mais justo e solidário para todas e todos”, finalizou.

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