Nos dias 11 e 12 de junho, a associada Mônica Louise de Azevedo, procuradora de Justiça, participou do Seminário Internacional “Equidade de Gênero: Representação Política das Mulheres - Diálogo Países Nórdicos, Brasil e América Latina”, realizado no auditório da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília.
O evento teve como objetivo promover um diálogo entre os países nórdicos, Brasil e demais países da América Latina, com debates sobre diferentes dimensões da representação política das mulheres.
No evento, de acordo com a procuradora, foi destacada a importância da participação feminina e seu olhar diferenciado nas funções de decisão e gestão da vida pública, com relato de experiências concretas de participação das mulheres no Legislativo e Executivo de países nórdicos (Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca) e seus reflexos na qualidade de vida dessas sociedades. Para Mônica, o encontro foi importante para discutir os fatores que determinam a subrepresentatividade da mulher na maioria dos países latino-americanos e especialmente no Brasil.
A associada destacou o ponto do Seminário que constatou a situação do Brasil em relação ao número de mulheres na política: “O Brasil ostenta o terceiro pior índice de participação política das mulheres nos parlamentos, somente na frente do Haiti e Belize na América Latina, de acordo com pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher do EPEEM/UFMG e Instituto Interparlamentar UIP.
Com isso, a procuradora observou: “Essa baixa representatividade feminina, que não evolui apesar da política de cotas nas eleições proporcionais desde os anos 90, confirma a existência de uma cultura patriarcal e barreiras invisíveis que dificultam a participação da mulher brasileira na vida pública. Além disso, os crescentes índices de violência contra a mulher no Brasil, em todos os âmbitos, demonstram a resistência de nossa sociedade à igualdade substantiva entre os gêneros, o que precisa ser discutido de forma aberta e transparente”.
Dessa forma, para Mônica Azevedo, foi possível concluir que, em vista da maior participação feminina na política dos países nórdicos, por meio da igualdade de gênero na divisão de atividades entre homens e mulheres, é possível alcançar uma melhoria na sociedade de uma forma geral: “A experiência nórdica demonstra que a divisão social dos processos de trabalho doméstico, a isonomia salarial entre homens e mulheres, a repartição do encargo de criação dos filhos, a instituição de licenças parentais conjuntas para atendimento da primeira infância, bem como garantia de creche e educação infantil em período integral para todas as crianças são fatores determinantes que possibilitam a maior participação das mulheres na vida pública, promovendo um olhar diferenciado na busca por soluções aos desafios da sociedade contemporânea”.
Luiza Brunet - ativista contra violência doméstica contra mulher; Mônica Louise de Azevedo - procuradora de Justiça; e Jacira Vieira de Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão.
MESA sobre criação, implementação e cumprimento de legislação para a equidade da representação de mulheres no Legislativo e Executivo.
Participação: Luciana Lóssio - advogada e ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil; Katia Verónica Uriona Gamarra - presidenta do Tribunal Eleitoral da Bolívia (país latino-americano com 53,2 % do senado composto por mulheres); Maria Leissner - embaixadora, ex-líder do Partido Liberal Sueco e ex-parlamentar da Suécia; e Réjane Sénac - presidenta da Comissão de Paridade Política no Alto Conselho para a Igualdade entre Homens e Mulheres da França.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com informações: Enap
Fotos: Mônica Louise de Azevedo e Agência Brasil