No mês de julho, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizou uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional da Tereza de Benguela.

Com o tema central “NEAB abraça mulheres que inspiram”, na tarde do dia 25 ocorreu uma homenagem para servidoras e professoras da UEL, com um café colaborativo. Já na manhã do dia 26, ocorreu uma homenagem às professoras e funcionárias das escolas do Núcleo Regional de Ensino de Londrina, no Cine Vila Rica. Durante as atividades, foram realizadas algumas homenagens, com a história do município, desfile e teatro com mulheres negras. Participaram do encontro aproximadamente 400 pessoas. 

As atividades foram organizadas em conjunto, especialmente por Marcia Cacilda Ribeiro, coordenadora do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina e região (departamento de Diversidade e Direitos Humanos); e pela professora doutora Marleide Rodrigues da Silva Perrude, docente do departamento de educação da UEL - Pedagogia e coordenadora do NEAB. 

A associada Susana Broglia Feitosa de Lacerda, promotora de Justiça de Londrina e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de combate ao racismo do MPPR, esteve presente para prestigiar a atividade comemorativa. O GT de combate ao racismo do MPPR tem participação no NEAB.  

Ainda, contribuíram com a organização das atividades: Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro; Serviço de Bem-Estar à Comunidade (Sebec); Órgão de Apoio da Reitoria da UEL; Núcleo Regional de Ensino; projeto de pesquisa e de extensão Entretons; entre outras instituições e organizações. 

Compuseram a programação do café colaborativo a professora Almerita; a cantora Cecília Bandeira; Lígia Braga (MC Cleópatra) estudante do curso de Psicologia da UEL; Rosiane Teodoro, psicóloga e membro do Conselho de Igualdade Municipal de Londrina; Marta Regina Gimenez Fávero, reitora da UEL; e Fátima Beraldo, professora e gestora municipal de Promoção da Igualdade Racial; a chefe do NRE de Londrina, professora Jessica Pieri; a empresária do Salão Afro Wana Black e visionista Ana Paula; e algumas diretoras e coordenadoras das equipes multidisciplinares das escolas estaduais de Londrina. 

Para Marcia Ribeiro, o encontro foi um momento de reflexão em alusão ao dia: “Foi um momento de reflexão, não só para as mulheres negras, mas para todos os presentes. Celebrar o protagonismo das mulheres negras na formação social, cultural e política, evidencia o reconhecimento destas como partícipes na construção do tecido social. Como esse evento foi realizado em parceria com o Espaço Villa Rica (antigo cinema), durante o mesmo foram projetadas as fotos de cada mulher preta que se encontravam presentes. As mesmas se viam, se emocionaram, aplaudiam e até gritavam à medida que se reconheciam no telão”. 

Marleide Perrude também comentou sobre a atividade: “Esse dia foi uma oportunidade para nós problematizarmos a atual realidade da mulher negra, especialmente a mulher negra brasileira. Porque nós sabemos que a mulher, ao longo da história, ela lutou e ainda continua lutando e construindo formas de resistência e de enfrentamento ao patriarcado, ao machismo. E as mulheres negras, em especial, seguem lutando ainda contra o racismo, que nos afeta cotidianamente. Então essas mulheres seguem lutando contra toda a forma de violência, no sentido de combater esse racismo que afeta a sua trajetória de vida, e que afeta seus filhos, seus entes queridos. Além disso, foi um dia para fortalecimento da identidade dessas mulheres para que ocupem espaços de poder e liderança”.  

Sobre o dia 25 de julho 

Dia 25 de julho, é celebrado o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha No Brasil, a data também é uma homenagem à Tereza de Benguela, que viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT), e liderou o Quilombo de Quariterê. Esta data é significativa para as mulheres negras, pois reafirma seu valor e importância, além de oportunizar um momento de enaltecer as conquistas das mesmas.   

Grupos de Estudos 

A partir desse evento central, as organizadoras continuam com o debate dentro da temática “Mulheres que inspiram”. Dessa forma, foi organizado um Grupo de Estudos, com encontros quinzenais presenciais, a fim de selecionar obras de pesquisadoras negras, que ainda estão silenciadas, para estudar sobre os trabalhos delas. Neste momento, o Grupo está estudando as obras Lélia Gonzalez, intelectual, autora, política, professora, filósofa e antropóloga brasileira. Gonzalez foi pioneira nos estudos sobre Cultura Negra no Brasil e co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ) e do Movimento Negro Unificado (MNU).  

Além disso, são promovidos, de forma on-line, diálogos com mulheres que inspiram, em que são convidadas professoras, pesquisadoras, mulheres que estão atuando, não só na academia, mas na sociedade e no município de Londrina com trabalhos relevantes. Os encontros seguirão até dezembro. 

Sobre o NEAB 

O NEAB tem por objetivo desenvolver estudos afro-brasileiros, africanos e da diáspora em geral, de forma interdisciplinar, visando contribuir com a produção de conhecimento e com os subsídios para a formulação das políticas de combate ao racismo e à discriminação racial, especialmente por meio do intercâmbio entre a Universidade Estadual de Londrina e instituições congêneres. Realiza pesquisas, cursos, conferências, encontros, publicações e intercâmbio de pesquisadores.  

Com informações: O Perobal - Agência de Notícias da UEL.