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Associadas participam do curso “Organização Criminal Mafiosa e Lavagem de Dinheiro”

Curso ocorreu na cidade de Palermo, Silícia, Itália
27 de junho de 2018

Nos dias 18 a 22 de junho, as associadas Cristiane Podgurski, Melissa Cachoni Rodrigues e Nayani Kelly Garcia participaram do curso “Organização Criminal Mafiosa e Lavagem de Dinheiro”, promovido pela Universitá Degli Studi di Palermo, na cidade de Palermo, Ilha de Sicília, Itália. O curso é uma cooperação entre a APMP e a Universidade de Palermo, por iniciativa da Diretora de Aposentados e Pensionistas da APMP, Melissa Cachoni Rodrigues, e com o apoio do Presidente da APMP, Cláudio Franco Felix.

Além das associadas mencionadas, mais 09 associados realizaram o curso, veja mais aqui.

O curso criminal teve como objetivo aprimorar o conhecimento de membros do Ministério Público e da Magistratura para fortalecer a sua atuação no combate ao crime organizado, a partir de experiências investigatórias italianas.

As associadas contaram como foi participar dessa experiência única e quais aprendizados levaram para as suas atuações como promotoras de Justiça do MPPR:

Nayani Kelly Garcia declarou que, com o curso, conseguiu avaliar quais pontos podem ser melhorados no combate ao crime organizado no Brasil: “Uma experiência enriquecedora. Apesar das diferenças na legislação dos dois países, aprender sobre as estratégias e dificuldades enfrentadas na Itália no combate às organizações mafiosas, nos permite fazer uma análise mais crítica sobre como estamos lidando com o crime organizado no Brasil. O trabalho em equipe, regionalizado, integrado e com uma metodologia padrão foi o diferencial para que eles obtivessem bons resultados, e é o que precisa ser melhor desenvolvido por nós”.

Melissa Cachoni Rodrigues se surpreendeu com a proximidade da cultura brasileira com a cultura italiana e contou que a viagem e o curso foram gratificantes: “A proximidade com a realidade paranaense e brasileira; muitos de nossos traços culturais são herdados da imigração e da miscigenação, fenômeno que também se apresenta bastante forte em Palermo e na Sicília como um todo. A despeito disso, a experiência italiana no combate à criminalidade organizada encontra-se em estágio mais avançado que a brasileira, o que fez do curso uma experiência muita enriquecedora e valer cada quilômetro voado”.

Ainda, Melissa explicou quais foram os principais motivos que a incentivaram a realizar o curso de escala internacional: “O crescimento no Brasil e no Estado do Paraná da criminalidade organizada do tipo mafiosa ou a ela assemelhada (como as milícias, PCC e outras facções que atuam dentro e fora de presídios), que têm produzido intensos danos econômicos e sociais, e o uso de novas modalidades de lavagem de dinheiro para utilização dos proventos do crime, são fatores que fazem com que tenhamos que observar as experiências de outros locais para aperfeiçoar nossa atuação como Promotores de Justiça. Foi uma ótima oportunidade de aproveitar a experiência internacional, especialmente europeia e italiana, no combate à criminalidade com este perfil, o que pode auxiliar o MPPR e o Ministério Público Brasileiro a incrementar as estratégias de enfrentamento ao crime organizado”.

Muitos fatos impressionaram as associadas durante o estudo, um deles foi uma história contada durante um dos workshops ofertados.

“De tudo, destaco o workshop em que ouvimos a impressionante história de Leonardo Guarnotta, magistrado italiano, que com seus colegas magistrados Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, compunham a força antimáfia que, em 1986, julgou 470 criminosos no chamado Maxi-processo. Falcone e Borsellino foram executados em atentados no ano de 1992, enquanto Guarnotta, hoje com 78 anos, aposentado, e ainda vivendo com escolta, continua na luta contra a cultura da máfia como Secretário Geral da Fondazione Falcone”, declarou Melissa Cachoni.

A promotora de Justiça contou também um pouco da história do local onde o workshop foi realizado, um lugar que presenciou importantes e grandiosos julgamentos: “Sua fala ocorreu na “L´aula bunker”, uma espécie de salão de audiências, apelidado de bunker, construído em poucos meses para instruir o Maxi-processo, ao lado da prisão de Ucciardone, com dimensões para comportar centenas de pessoas; na época, esta sala de grandes proporções possuía sistemas de proteção capazes de resistir a ataques de mísseis e estava equipada com um sistema computadorizado de arquivamento de documentos, extremamente inovador para época, tecnologia sem a qual o julgamento de um processo de tais proporções não teria sido possível”.

Para finalizar, Melissa Cachoni explicou como foi ouvir essa história, uma oportunidade única: “Foi realmente muito impactante e emocionante o relato sereno e incansável de Guarnotta, mesmo diante de tantos pesados desafios profissionais e pessoais por mais de três décadas e que ainda deve durar até o final de sua vida”.







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