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Associadas participaram do I Encontro do Movimento Nacional de Mulheres do MP

Encontro ocorreu na cidade de São Paulo
4 de julho de 2018

No dia 30 de junho, as associadas Andrea Simone Frias, Cristina Corso Ruaro, Mariana Dias Mariano e Mariana Seifert Bazzo participaram do I Encontro do Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público (MP), que tem como objetivo unir esforços para formular e executar ações voltadas à valorização da mulher membro do MP. A reunião ocorreu no auditório da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), em São Paulo.

Na oportunidade, as promotoras de Justiça acompanharam a primeira etapa do encontro, que contou com a construção do estatuto do Movimento. Ainda, foram expostos painéis com apresentações de projetos. Anteriormente, no dia 26 de maio, ocorreu uma prévia desse encontro,veja mais aqui.

As associadas contaram como foi estar presente neste dia memorável. Confira:

A associada Andrea Simone Frias declarou que as promotoras e procuradoras de todo o país aproveitaram para se conhecer e concluíram que todas tem o mesmo propósito: Estivemos lá reunidas com cerca de 80 promotoras e procuradoras. O primeiro encontro ainda foi prematuro, pois ainda está sendo avaliado como será esse movimento e quais serão as suas principais demandas. Mas aproveitamos para nos conhecermos melhor e conhecer o Movimento em si. Foi bom para vermos que todas têm um mesmo propósito: igualdade de gênero dentro da instituição.

Já a associada Cristina Corso Ruaro comentou que o nascimento dessa iniciativa deu-se após a percepção de todas as mulheres da instituição de que a representatividade feminina precisa ser reconhecida em qualquer âmbito: Quando passamos a observar como são compostas as mesas das solenidades públicas ou as Chefias das Instituições, percebe-se o quanto temos de evoluir para fazer com que as mulheres tenham seu espaço garantido não apenas pela questão de gênero, mas notadamente pela competência reconhecida diante do fato de que são guerreiras a desempenhar múltiplas atividades da melhor forma possível.

O termo “sororidade” pode ser considerado a versão feminina da palavra “fraternidade”, na qual se originou a partir do prefixo frater, em latim, que quer dizer “irmão”. Para Cristina Ruaro, existe muita sororidade dentro do Movimento: Constatou-se um liame consolidado já no primeiro encontro como se todas já se conhecessem há muito tempo, pois os problemas vivenciados só mudam de endereço e acontecem em todos os Estados. Penso que esse Movimento trará uma oxigenação necessária ao Parquet, e nessa gestação levada à frente por combativas mulheres, daremos à luz um novo perfil ao Ministério Público Brasileiro.

Cristina Ruaro concluiu que o quadro atual da instituição precisa evoluir em relação à igualdade de gênero: A congregação das mulheres do Ministério Público Brasileiro em um Movimento Nacional, a maioria delas custeando pessoalmente suas próprias despesas, pois não compareceram por representação oficial, demonstra que há um consenso no sentido de que os Ministérios Públicos dos diversos Estados estão fulcrados em uma estrutura patriarcal, que não dá oportunidades de crescimento às suas agentes ministeriais, não obstante a capacitação técnica de muitas Promotoras e Procuradoras de Justiça.

Ainda, a associada Mariana Dias Mariano, relatou alguns dados que revelam a necessidade da criação desse programa de escala nacional: No primeiro encontro nacional das mulheres do MP, a promotora Ana Laura Bandeira Lins Lunardelli e o promotor de justiça Carlos Francisco Bandeira Lins expuseram uma pesquisa que vem realizando com as mulheres do Ministério Público de são Paulo (MP/SP), que mostra situações de grande desigualdade entre os homens e as mulheres promotoras. Por exemplo, em média, o número de filhos que as mulheres têm, na carreira do MP/SP, é menor que o número que seus colegas homens possuem, menor que a média nacional, e menor que a média das mulheres de classe igual ou superior a elas. Além disso, as mulheres promotoras demoram mais tempo para se promoverem, já que optam, em geral, por permanecerem próximas a suas famílias.

Todas as associadas concordam quando falam que o novo Movimento representa o renascimento de uma nova fase para as mulheres da instituição: A criação do Movimento Nacional de Mulheres do MP representa o despertar das Promotoras de Justiça, no sentido de que, sendo mulheres, também são vítimas da sociedade machista, que impõe um esforço muito maior para a mulher chegar onde o homem chega com maior facilidade. Não por questões apenas relativas a instituições, mas por entraves encontrados na própria organização social que respalda a mulher promotora e o homem promotor. Declarou Mariana Dias.

Ao falar como foi participar do evento, Mariana Seifert Bazzo demonstrou estar com a mesma linha de pensamento das demais associadas.

Para ela, o resultado de uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre gênero no Ministério Público brasileiro é um dos principais motivos para uma iniciativa efetiva: Ao analisar que, segundo o estudo "Cenários de Gênero", realizado pelo CNMP, o MP brasileiro é composto por 40% de membros do sexo feminino, porém, apenas 18% dessas estão em cargos de liderança, é necessário um Movimento Nacional de Mulheres para mudar esse quadro.     

Dessa forma, Mariana Bazzo finaliza: Devido ao baixo número de promotoras e procuradoras de Justiça em cargos de decisão no Ministério Público, formou-se um coletivo de cerca de 400 mulheres do MP brasileiro para defender uma instituição mais igualitária em sua representatividade de gênero. As demandas do Movimento Nacional de Mulheres do MP são diversas, além da igualdade de gênero nos cargos, são pautados temas relacionados aos direitos das mulheres.

Agenda

O segundo encontro ocorrerá nos dias 21 e 22 de setembro de 2018, em Belo Horizonte - Minas Gerais. Na ocasião, o estatuto já criado será deliberado. O evento terá duração de dois dias para atender melhor todas as demandas.







Fotos: MPSP

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