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Bertha Lutz

Conhecida como uma das maiores líderes na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras
4 de março de 2020

Bióloga especializada em anfíbios, Bertha Maria Júlia Lutz foi uma das maiores ativistas femininas do Brasil. Propôs projetos como a criação licença-maternidade e o Estatuto da Mulher. Lutou ainda pelo direito ao voto e pela igualdade entre homens e mulheres.

Nascida em São Paulo, em 1894, Bertha é filha de uma enfermeira inglesa e de um cientista e pioneiro da Medicina Tropical. Formou-se em Biologia na Universidade Sorbone, em Paris, onde teve contato com a campanha sufragista inglesa.

De volta ao Brasil, ingressou, em 1918, por meio de concurso público, como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Ao lado de outras mulheres pioneiras, lutou pela garantia do voto feminino e criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF).

Responsável pela organização do 1° Congresso Feminista do Brasil, fundou a União Universitária Feminina, a Liga Eleitoral Independente, em 1932, e, no ano seguinte, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas.

Em 1933, formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro, que depois foi incorporada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Teve ainda forte papel na atuação parlamentar. Assumiu um mandato de deputada na Câmara Federal, em 1936, devido à morte do titular no cargo, e lutou por mudanças na legislação trabalhista referente à mulher, propondo igualdade salarial, licença de três meses à gestante e redução da jornada de trabalho - então de 13 horas diárias. Lutz permaneceu ocupando cargos públicos de destaque, entre os quais a chefia do setor de Botânica do Museu Nacional, cargo em que se aposentou, em 1964.

Bertha Lutz participou também da Conferência de São Francisco, que criou a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945. Única mulher da delegação brasileira, ela foi uma das principais responsáveis pela inserção, na carta de criação da ONU, da igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Em 1975, Ano Internacional da Mulher, estabelecido pela ONU, Bertha foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado no México. Este foi seu último ato público em defesa da condição feminina.

Com informações: Senado Federal e Ministério das Relações Exteriores.

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