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ÍNDIA: Uma viagem surpreendente

Confira como foram os 21 dias da associada Nayani Kelly Garcia em terras Indianas
3 de abril de 2020

A associada Nayani Kelly Garcia, Promotora de Justiça que atua em Curitiba e 2ª Vice-Presidente da APMP, realizou uma viagem à Índia, que definiu como simplesmente surpreendente. No início deste ano, entre 22 de fevereiro e 13 de março de 2020, um pouco antes da pandemia chegar ao Brasil, Nayani conheceu esse país, com cultura e hábitos tão diferentes dos brasileiros e que trouxeram a ela lindas surpresas e muito aprendizado.

A associada permaneceu 21 dias no país e conheceu as cidades de Chennai, Mahabalipuram, Puducherry e Kanchipuram, todas no estado de Tamil Nadu, Agra (em Uttar Pradesh) e Nova Delhi (capital do país).

A Índia é um país de grande extensão (7º maior país do mundo em área) e de várias etnias, onde as línguas oficiais são estabelecidas para cada estados (a Constituição reconhece 22 línguas oficiais). Apesar disso, o híndi é o idioma oficial reconhecido pelo governo. O inglês também é permitido para fins oficiais. “Em todos os lugares há o uso do inglês para informações, o que facilita nossa vida de turista”, afirmou Nayani.

A associada relatou que apesar do inglês ser utilizado com frequência pelos indianos, não é fácil entender a pronúncia dos nativos, o que pode dificultar a comunicação. Por este e outros motivos, Nayani não recomenda viajar sem um guia ou agência de turismo.

Outra característica que chamou atenção da Promotora, além do número de línguas, foi o número de deuses hindus, que existem aos milhares, com templos dos mais diversos tamanhos e belezas, espalhados em grande número por todos os cantos. Afirmou que lembra a quantidade imensa de igrejas na Europa.

Garcia ressaltou a alegria daquele povo: “Os indianos são alegres (a música é contagiante), atenciosos, educados e muito prestativos com os turistas e estrangeiros”.

Sobre as vestes das mulheres, Nayani comentou: “Efetivamente as mulheres usam sari, o traje tradicional indiano consistente em um grande tecido que é utilizado para “montar” um vestido no corpo, sem linhas ou alfinetes. Eles são feitos de tecidos coloridos, com muitos bordados. As indianas adoram brilho, bijuterias grandes e maquiagem, o que faz com que sempre encontremos as mulheres muito arrumadas e bonitas, mesmo as mais simples e pobres. Ainda me questiono como conseguem andar na garupa das motos com aqueles saris imensos”. Ainda, deu uma dica para quem gosta de lenços: “Quando for à Índia compre muitos lenços, são lindos e baratos”.

O trânsito é uma loucura, pior do que possamos imaginar, sem qualquer regra, buzinas o tempo todo e vacas nas vias públicas. As motos e o Tuk-Tuk (um tipo de mototáxi) são os transportes mais utilizados pelos indianos”, relatou.

Com relação à culinária, a associada também partilhou: “A comida é simplesmente deliciosa, para quem gosta de muito condimento e pimenta, tendo como base muitas frutas, verduras, frutos do mar, carne de cordeiro e frango. Apesar das feiras gastronômicas e barraquinha de ruas serem convidativas e a fragrância no ar estimular o apetite, não recomendo comer qualquer coisa na Índia que não seja proveniente de um estabelecimento conhecido e recomendado, em razão dos precários hábitos de higiene”.

Uma curiosidade que Nayani comentou foi sobre o consumo de bebidas alcoólicas que é bem disciplinado: “Há locais especiais para a venda, cujos preços não são convidativos. Alguns restaurantes sequer as vendem e quando tem, servem cerveja quente, em um calor de 38 graus no inverno”.

Garcia também falou do padrão de higiene na Índia, que é muito diferente do adotado por nós brasileiros e que poderia inclusive ser considerado inadequado em nossa cultura. “Essa foi uma parte da viagem que efetivamente tive que me conformar e adaptar. Muita poeira, ruas sujas, lixo jogado por todos os lados, templos e museus sujos e mal conservados”, exemplificou. “Fiquei muito chocada ao constatar que efetivamente eles utilizam as mãos para se higienizar após irem ao banheiro, havendo sempre uma ducha higiênica ou torneira com balde para esse fim”, relatou. Como sugestão, a associada avisa que é interessante levar sempre consigo papel higiênico ou lenço de papel, porque em muitos lugares não turísticos eles não são encontrados nos banheiros.

Durante a estadia na cidade de Chennai, a Promotora de Justiça teve a oportunidade de conhecer o Presidente do Tribunal de Justiça (Madras High Court), Mr. Amreshwar Pratap. Sahi; o Presidente do Bar Conuncil (OAB Estadual), e o Senior Advocate State Publica Prosceutor (equivalente ao nosso Procurador-Geral do Ministério Público), Mr. A. Natarajan, do estado de Tamil Nadu.

Com relação ao Ministério Público, a associada explicou que não existe na Índia um MP igual ao brasileiro, sendo que o órgão equivalente seria a Advocacia – Geral, que integra o executivo e é o titular da ação penal. “Não há atribuições abrangentes na área dos direitos coletivos e difusos, sendo que eles têm dificuldade em entender que temos legitimidade, inclusive, para acionar judicialmente os poderes executivo e legislativo e agentes políticos”, afirmou.

Em relação aos direitos das mulheres, Nayani asseverou que ainda há um longo caminho a ser percorrido, sendo um país com uma cultura machista. Ademais, comentou que as novas gerações de mulheres estão procurando modificar essa triste tradição, sendo que no Dia Internacional das Mulheres ocorreu um evento organizado pela Associação das Mulheres Advogadas de Chennai, visando sensibilizar os profissionais da área jurídica.

A associada também relatou como foi voltar ao Brasil, na realidade da pandemia: “Infelizmente, ao retornar de uma viagem tão “exótica” (com a mala lotada de lembrancinhas e coisas lindas e coloridas), retornei ao Brasil no início da pandemia do coronavírus, iniciando imediatamente o isolamento social. Durante a viagem, os noticiários indianos não abordavam sobre a pandemia no país, porém, logo após meu retorno, foi adotado um isolamento rigoroso no país, sendo fechados, inclusive, os aeroportos. A pandemia tem exigido do indiano a adoção de novos hábitos de higiene e acredito que será o único legado positivo da triste pandemia”.

Para Nayani, como diz o poeta Mario Quintana: “Viajar é trocar a roupa da alma!”. É encher os olhos com belezas, os sentidos com novas sensações e o espírito com novas ideias. Aprendemos a respeitar e valorizar as diferenças e tomamos consciência de quanto precisamos melhorar como ser humanos, além de também sermos convidados a aprendermos a valorizar vários aspectos do nosso país. Finalizou, “Agora é esperar essa triste fase da Humanidade passar, para arrumar as malas rumo a um novo destino”!

Taj Mahal


Feira de Comidas e Trânsito


Templos milenares



Associação das Mulheres Advogadas de Chennai


Fotos: Arquivo Pessoal

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