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Katia Kruger fez releitura de duas obras de Tarsila do Amaral

Em 2022 completaram-se 100 anos da Semana de Arte Moderna, movimento que inspirou um novo olhar para a arte brasileira. Inspiração também foi tomada pela associada para pintar os quadros
20 de abril de 2022
Obra "Abaporu"

Neste ano de 2022, a Semana de Arte Moderna, uma manifestação artístico-cultural, completou 100 anos. Realizada entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, este movimento centenário foi um dos marcos mais importantes na história cultural do Brasil. A sua notoriedade ocorreu pois os artistas envolvidos propuseram uma nova abordagem sobre a arte, em busca de uma renovação social e artística no país. O evento fomentou uma nova visão sobre os processos artísticos, assim como a apresentação de uma arte genuinamente brasileira. Inspirada também em criar uma nova versão para a arte, a associada Katia Kruger, promotora de Justiça com atuação na 5ª Promotoria de Toledo, fez uma releitura de duas obras da pintora Tarsila do Amaral, considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas, além de ser considerada a pintora que melhor alcançou as aspirações brasileiras de expressão nacionalista nesse estilo artístico. A promotora fez duas versões femininas das obras “Abaporu”, de 1928; e “Antropofagia”, de 1929. 

Obra “Antropofagia”

De acordo com o site Tarsila do Amaral, a obra “Abaporu” nasceu a partir de um desejo de Tarsila em presentear seu marido, Oswald de Andrade, escritor e dramaturgo brasileiro. O nome “Abaporu” surgiu a partir da busca da artista em um dicionário de tupi-guarani de seu pai. Com isso, ela juntou as palavras “Aba” (homem) e “Poru” (que come gente). A obra é uma das principais do período antropofágico do movimento modernista no Brasil. 

Já a obra “Antropofagia”, pertencente a segunda fase da artista,  apresenta, assim como as outras obras do mesmo período, cores fortes com temas relacionados ao imaginário, aos sonhos, lembranças da infância, visão de objetos reais transformados em bichos imaginários, entre tantas outras formas. A obra mais importante do período, ela apresenta a união de outras duas obras: “A Negra” (1923) e “Abaporu”. Os personagens se transpõem e se interligam.  

Obra “A Negra”
Katia Kruger e suas releituras das obras de Tarsila do Amaral

Katia Kruger compartilhou com a APMP como surgiu a ideia de pintar os dois quadros, em uma releitura destas duas obras de Tarsila do Amaral. Confira! 

APMP: Os quadros foram pintados por você? 

Katia: Sim, uma "releitura". Já faz uns 15 anos. Fiz versões femininas destas duas obras da Tarsila. Com direito à esmalte, batom, brinco e poá. As telas ficam no meu gabinete da promotoria, porque passo a maior parte do meu tempo lá. 

APMP - E desde então chegou a fazer mais alguma releitura? 

Katia: Não fiz. Eu parei de pintar. 

APMP - Como surgiu essa ideia da releitura? 

Katia: Olha, eu sempre gostei da Tarsila, e estas obras sempre me causaram um estranhamento. Então quis fazer uma versão feminina delas, para me sentir representada, sem nenhuma outra pretensão. Só para poder olhar mesmo, e gostar da sensação. 

Estou pretendendo voltar. Na época as tintas me causavam um pouco de alergia (eu tenho asma), e acabei parando. Mas sinto falta. 

APMP - É algo que nos traz calma também né? 

Katia: Sim. É agradável aos olhos. Gosto de olhar. Estas telas me acompanham há 15 anos. Mudo de gabinete e elas estão lá. As molduras originais eram pretas. Há uns 3 anos mudei para brancas. 

Na casa abrigo dos adolescentes daqui, na minha última visita, vi que foram feitas outras releituras também. 

Essas obras da Tarsila despertam nas pessoas a vontade de pintar as suas próprias versões. A arte consegue fazer isso com a gente. E neste ano completamos 100 anos da Semana de Arte Moderna né.  

APMP - Realmente estamos completando 100 anos da Semana de Arte Moderna 

Katia: Bem dentro do tema das telas. Inclusive o quadro brasileiro mais caro da história é o Abaporu. Que, salvo engano, está em Buenos Aires. 

 

Foto Katia Kruger: Acervo pessoal. 

Fotos quadros: Site Tarsila do Amaral. 

Com informações: Site Tarsila do Amaral; ByKamy; Todamatéria; BBC Brasil e Infoescola. 

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