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Outubro Rosa - Isabel Cláudia Guerreiro conta sua história com o câncer como forma de incentivo ao diagnóstico precoce da doença

Leia o depoimento da associada
20 de outubro de 2022

Em continuidade à campanha Outubro Rosa, a Diretoria de Mulheres Associadas da APMP compartilha o relato da associada Isabel Cláudia Guerreiro, procuradora de Justiça aposentada. 

Confira! 

 

Conto minha experiência de vida como alerta sobre a importância do diagnóstico precoce de câncer. 

No mês de abril do ano passado minha família sofreu um grande abalo pela descoberta de um tumor de pâncreas altamente agressivo na minha cunhada, com expectativa de vida de apenas um ano.  

A minha cunhada na luta pela vida realizou uma cirurgia de risco em São Paulo, no mês de agosto. Fui sua acompanhante.   

Retornando à Curitiba antecipei minha consulta ginecológica anual em razão de uma viagem programada para o mês de novembro. Durante a realização de exame de rotina de imagem foi detectada a suspeita de um tumor no ovário. A suspeita foi confirmada pelo exame de ressonância magnética.  

A confirmação do tumor foi impactante, difícil de acreditar. Um mês atrás eu estava cuidando da minha cunhada, vivenciando seu sofrimento, e agora tinha a possibilidade de também ser acometida por um câncer. O exame era exclusivamente de prevenção pois eu não apresentava nenhum sintoma, não senti dor ou tive perda de peso.  

Com as informações do médico oncologista tomei conhecimento que o tumor de ovário é uma doença de desenvolvimento silencioso e traiçoeiro. Os sintomas usualmente somente são sentidos quando a doença estiver em metástase, espalhada por outros órgãos, sendo o tratamento paliativo.  

No tumor de ovário o protocolo médico é a realização de cirurgia para a retirada do tumor e posterior biópsia, por se tratar de câncer que se espalha com muita rapidez.  

Assim, nesse momento, eu ainda não havia recebido o diagnóstico de malignidade, estando esperançosa do tumor ser benigno. 

Em outubro fiz cirurgia de histerectomia, com retirada de útero, ovários, trompas e parte do endométrio. 

Dias após, veio o resultado da biopsia de malignidade.  

Decidi agir com rapidez e enfrentar minha doença com as medidas necessárias para iniciar o tratamento o quanto antes. Um filme passa na cabeça da gente, uma luta pela vida.  

Realizei exames genéticos e felizmente foi descartada a hereditariedade do tumor, situação em que meus familiares teriam risco de desenvolver a doença, tumor de ovário ou de mama. 

Meu tratamento foi estabelecido em seis sessões de quimioterapia, espaçadas por períodos de 21 dias.  

No fim de novembro fiz a primeira quimioterapia e vivi o luto da perda da minha cunhada, que não resistiu ao tumor de pâncreas. Foi extremamente doloroso, especialmente pela associação das doenças.  Tive que reunir forças para superar a tristeza e não ficar deprimida, baixando a imunidade já afetada pela quimioterapia. Foi essencial o suporte da psicoterapia.  

Finalizei as seis sessões de quimioterapia no mês de março deste ano, sendo acometida durante o tratamento com muitos efeitos colaterais. Perdi cabelo, desenvolvi uma doença neurológica, tive piora em problema ocular pré-existente, tive que recorrer a uso de suplemento alimentar. A atividade física leve ajudou a superar os efeitos deletérios da quimioterapia.  

Durante cinco anos devo fazer o controle da doença. 

Aceitar minha doença foi fundamental para meu equilíbrio emocional. 

Hoje me considero uma mulher de sorte pela descoberta de uma doença extremamente grave em estágio inicial, cuja cura depende de um diagnóstico precoce, pelo amor e apoio recebido da família e amigos, e pelo suporte do nosso plano de saúde PROMED. 

  

Isabel Cláudia Guerreiro 

Procuradora de Justiça aposentada 

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