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Pequena volta pelo Leste Europeu

Por Adélia Souza Simões
30 de março de 2024

Ah! Viajar…. verbo tão atraente e encantador! Evoca desejos, lembranças, experiências, descobertas, enfim. Quando a nossa queridíssima Diretora de Mulheres da APMP me convidou a falar sobre viagem, um universo se abriu na minha mente e ele estava estrelado, sendo cada estrela uma viagem que pude experienciar.

Não sabia se escolhia um lugar específico para comentar, ou se falava sobre as alegrias de cada tipo de viagem (curta, longa, perto, longe, romântica, familiar, com amigos/as, solitária). Ainda, se relataria a ressalva dos perrengues que, salvo em casos excepcionais, transformam-se numa parte importante e de aprendizado das viagens, quando não a versão mais engraçada e, em muitos casos, a que mais gostamos de contar posteriormente.

Amo viajar! A expectativa de sair da rotina, de se abrir para os imprevistos, a possibilidade das aventuras a serem vividas em lugares novos. As cores, sabores, costumes, culturas, paisagens, pessoas, línguas, nos convidando a lembrar e experimentar a abundância da vida e a imensidão do mundo, trazem alimento a alma (ou qualquer que seja o nome que você confere ao seu mundo interior) e nos lançam para uma perspectiva maior, muitas vezes esquecida ou restringida às inevitáveis ocupações do dia a dia.

Por fim, em meio a essas reflexões (e me desculpo por elas...não resisti), pincei uma das últimas viagens que fiz e que muito me tocou, seja pela magnífica companhia, sejam pelos locais visitados.

Em setembro de 2023, viajei com amigas muito especiais para a Itália, Croácia e Sérvia. A Itália, belíssima, à altura de todas as expectativas. Porém, nessa oportunidade, gostaria de focar na Croácia e Sérvia, países que foram novidades para mim.

Pela Croácia, escolhemos visitar Hvar, Dubroviniki finalizando pela capital Zagreb. Logo em Hvar, cidade localizada na ilha de Hvar, ficamos impressionadas pela beleza, limpeza e conservação da cidade, cujo centro é marcado por construções de pedra muito brancas, ruelas ondem abundam bares, restaurantes, cafés e lojinhas de todos os tipos. Mesmo em época não considerada alta temporada (fomos em setembro), a cidade estava muito animada e oferecia programas para todos os gostos. O clima estava quente, mas muito agradável.

Na minha opinião, considero imperdível o passeio de barco, que permite explorar as imensas e magníficas falésias, compostas de pedras que em sua singular palidez conferem às águas um tom cristalino esmeralda único. O mar  de impressionante limpidez, permite sua apreciação, inda que em lugares de grande profundidade. A paisagem vai mudando de acordo com as esculturas naturalmente moldadas nas pedras ao longo dos milênios, apresentando uma beleza majestosa que somente o tempo consegue talhar. É possível adentrar em cavernas fantásticas, as quais permitem o mergulho, caso não lhe falte coragem para enfrentar a escuridão que abraça esses recantos do mundo.

De Hvar, seguimos para Dubrovnik, uma cidade que mantém seu centro medieval, podendo ser comparada a uma joia, tão linda! Aliás, é justamente chamada de “pérola do Adriático”. Ficamos hospedadas dentro da cidade antiga, cercada por muralhas impressionantes que datam do séc XIII. Apesar de tamanha antiguidade, a cidade murada se encontra muito conservada, de forma que me pareceu quase inacreditável que eu estivesse caminhando por ruas tão carregadas de história. Me senti insignificante, ao tempo que fascinada por estar ali. O centro histórico, por essas características, oferece muitos museus, igrejas, palácios, além do imperdível passeio sobre as muralhas, de onde se tem visão privilegiada de toda a cidade, assim como do imenso azul esverdeado que a cerca. Restaurantes e bares encravados nas pedras, escondidos na muralha, realmente fazem a paisagem adquirir um toque de surrealidade. Recomendo tomar o teleférico e subir um morro enorme, de onde, acomodada em um restaurante maravilhoso, bem acompanhada de um rosé, apreciei a antiga cidade aos meus pés ornada pelo belo Adriático. Ah! Dali pode-se embriagar com o por do sol também….

Não posso deixar de mencionar que a cidade é especialmente emocionante para os fãs da série da HBO “Game of Thrones”, eis que foi palco de várias cenas emblemáticas do streammer. Eu sou uma fã e, puxa, que super-hiper-legal!!!!! Aquela “escada da vergonha”!!

Nos hospedamos em airbnb, vez que a cidade é bem pequena e não tem tantas opções de hotéis. Existem praias que podem ser visitadas na região e vários beach clubs. Não tivemos qualquer dificuldade com o inglês, comumente falado. Comida maravilhosa e a adoção da moeda europeia, o euro, a meu ver, já não permite dizer que os lugares que visitamos são baratos. Seguem os preços dos demais destinos turísticos da Europa, mas valem muito a pena.

Por fim, fomos à capital Zagreb, que, confesso, pareceu meio sem graça depois das duas primeiras cidades tão deslumbrantes. Todavia, é uma cidade que também tem seu charme, com vários cafés, restaurantes, museus. A Croácia passou por intensos conflitos de guerras recentes e essa história ainda é bastante vívida por lá.

Seguimos para uma visita a Belgrado, capital da Sérvia. Este país não faz parte da Comunidade Europeia, tem moeda própria e preços mais acessíveis.

A capital, muito vibrante e acolhedora, me surpreendeu pela animação. Muitos jovens pelas ruas, atividade cultural intensa, monumentos extremamente bem conservados.

O Belíssimo rio Danúbio cortando a cidade que demonstra sinais claros de modernização, seja pela frota de carros, prédios modernos e arranhas céus em seu novo centro de negócios. Nos sentimos seguras hospedadas no centro histórico da cidade, onde a oferta de bares e restaurantes é até atordoante. Em nossas longas caminhadas, visitamos o museu, antiga casa, de Tito, aquele que manteve unida a antiga Iugoslávia, República da qual também fazia parte a Croácia. Achei muito interessante por conta da abordagem da história mais recente.

Confesso que voltei pensando em já realizar uma nova viagem por aquelas bandas, para melhor conhecer os demais países que faziam parte da antiga Iugoslávia, dada a riqueza da cultura e história deles, tão diferentes da nossa. Aliás, me parece que a melhor forma de encerrar uma boa viagem é já voltar planejando a próxima.

Relato da associada Adélia Souza Simões.

Fotos: arquivo pessoal.

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